Magia dos Espelhos

Há muito tempo os espelhos têm sido usados como oráculos, sendo feitos com pedra polida, metal ou vidro lustrado. Eles são versões dos espelhos originais: lagos parados. Até o século XIV, os seres humanos não tinham certeza de sua aparência, apenas sabiam o que descrições de outras pessoas, pinturas e reflexos abstratos lhe mostravam.

O simbolismo do espelho baseia-se no seu reflexo. São símbolos da água, da lua e da luz. O seu uso como oráculo se popularizou na Grécia, em Roma, China, Índia, entre outros lugares. Os astecas recorriam aos espelhos de obsidiana como ferramentas de leitura no méxico pré-conquista.

O oráculo de espelhos foi muitas vezes banido pela igreja. Um bispo de Verona, após sido descoberto com um espelho, foi morto por heresia. Na bruxaria, seu uso é tanto como oráculos, quanto em feitiços de glamoury. É associado à Afrodite, deusa grega da beleza e do amor.

No budismo, o espelho é utilizado no julgamento das almas dos mortos. Na tradição mitológica do Japão, o espelho espalha a luz divina sobre o mundo. Na China, para além de lunar e feminino, o espelho é o símbolo da rainha, da harmonia e da união conjugal.

Colocar espelhos na porta de entrada, pelo lado de fora numa altura de 1.80m, é muito usual no Feng Shui para impedir que energias negativas ou ruins entrem nos ambientes. Em geral, se coloca um Ba-Gua de proteção com um espelho no meio para proteger a porta de entrada.

Esta tradição - usar espelhos para fins mágicos - é conhecida pelo nome de "catoptromancia" ou "captromancia". A palavra veio do termo grego para designar o espelho, katoptron. Já o uso de espelhos como oráculos chama-se escriagem. A prática não era exclusiva de gregos e romanos, e aparece em vários momentos da história, em diferentes lugares do mundo.

Fonte: Introdução às Artes Divinatórias, Scott Cunningham