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Minha primeira ida à uma gira de Umbanda

  • Foto do escritor: Yas
    Yas
  • 31 de mai.
  • 3 min de leitura

Foi no último sábado, 24/05. Me senti nervosa. Não sabia o que esperar. Não sei se tremia mais do frio ou da inquietação.


Fui com um amigo, Leo, no terreiro de Umbanda que ele frequenta, e nunca havia presenciado algo parecido. Quando cheguei, fiquei descalça, e fui me sentar a outras pessoas que já aguardavam o ritual começar. Me senti muito acolhida, pois foi o primeiro lugar onde fui apresentada para todos com "Essa é a Yas, minha amiga bruxa" e ninguém me olhou torto. Mesmo assim, eu estava o tempo todo inquieta.


De repente, enquanto esperava iniciar, foi como se uma onda de calmaria me atingisse. Senti como se estivesse oscilando dentro do meu próprio corpo, e tudo ao redor pareceu mais confortável. Eu já não sentia mais frio.


Quando tudo começou, foi um choque, pois era mais barulhento do que eu esperava. A música e o batuque preenchiam o ambiente por completo, e todos cantavam e se moviam com cada ponto que tocava. E quando a primeira pessoa incorporou uma entidade… eu me senti hipnotizada. Não conseguia desviar os olhos do que se passava na minha frente, como uma espécie de transe.


Era nítido quando cada pessoa incorporava. Meu próprio amigo, Leo, incorporou um Exu. Eu olhei para ele e me dei conta que não era mais ele, o que foi um baque. A forma como ele se movia, falava e se envolvia com os participantes… não era nada como ele. E ele não foi o único.


Durante o ritual, algumas figuras interagiram comigo. A Cigana, por exemplo, me deu um abraço caloroso - e uma pedra, que ela tirou do bolso. O Erê me deu refrigerante para beber. Zé Pilintra (?) me deu cachaça. O Exu Caveira, do meu amigo Leo, só me deu uns soquinhos nas mãos. Uma forma de eles se cumprimentarem, trocarem energias, algo do tipo - acredito eu.


Perto do fim, estávamos em um momento de descarrego. Eu estava quietinha no meu canto e não havia me pronunciado sobre precisar de um, mas fui chamada na frente de um rapaz muito alto. Mas não era ele quem falava comigo, e sim Maria Mulambo. Ela soltou uma gargalhada, me defumou com cigarro e limpou minha energia. Eu senti quase que um alívio instantâneo, e ela falou alguma coisa perto do meu ouvido - mas que eu não entendi, por conta do barulho. Eu sussurrei um tímido “não sei o que dizer”, no que ela respondeu: “Não precisa dizer nada não ‘fia’, o descarrego tá feito!”. Eu agradeci e voltei ao meu lugar.


O restante do ritual foi com eles se despedindo, um a um. Algumas pessoas que incorporaram tiveram mais dificuldade de “voltar para a terra”, enquanto outras foi quase que de imediato - e algumas acabaram incorporando novamente, com outras entidades.

Foi um ritual bonito, diferente de tudo que já vi, e me senti bem participando. Não sei se seria algo que eu gostaria de ser incluída como parte da religião, mas definitivamente retornarei mais vezes.


Desde então, meu sono melhorou, meu humor está mais leve, e não sinto mais um peso no meu peito. Estou menos ansiosa e deprimida. Não sei sobre tudo que rolou, mas estou aprendendo aos poucos. Obrigada, Leo, pela oportunidade. E por insistir algumas vezes.


E se você que está lendo tiver a oportunidade de conhecer de perto a Umbanda, eu recomendo muito.


Com amor,

Yas da Magia de Venus.

 
 
 

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